9.01.2011

A SAÍDA DOS FILHOS: O NINHO ESTÁ VAZIO!

Mesmo que os pais tenham consciência que um dia os filhos iniciarão um movimento de sair de suas casas e construir a própria vida, na prática não é tão fácil para a maioria destes pais que experimentam emoções contraditórias. De um lado a sensação de missão cumprida, do outro uma profunda tristeza, um vazio.
A Síndrome do ninho vazio, como é denominada este tipo de situação, é um problema bastante comum que os pais enfrentam quando os filhos deixam o lar, por diversas razões como estudar, morar sozinho, casar, etc.
Se a relação do casal até aqui foi dirigida apenas para os filhos, esquecendo-se dos seus papéis de marido e mulher, o casamento pode ficar sem sentido e a vida pessoal também. O sofrimento que acomete os pais neste período pode até mesmo desencadear algumas doenças tais como dermatites, distúrbios intestinais, depressão, etc.
A dor emocional, neste período, atinge mais as mães pelo relacionamento estreito que elas têm com os filhos. No entanto não acomete apenas aquelas que passaram a vida toda numa rotina de cuidados exclusivos para o lar. As mães que desempenham papéis ativos no mercado de trabalho também se sentem perdidas. Algumas inclusive vivenciam este momento como abandono.
O sentimento de perda e de inutilidade se faz presente mesmo para aquelas mães que respeitam a escolha do filho. Entretanto, muitas vezes este momento coincide com outros períodos da vida dela, nem sempre bem aceitos, como a aposentadoria (ou a proximidade dela), a menopausa, ou até mesmo a separação do cônjuge, agravando mais a situação se esta não foi voluntária.
Algumas mães estabelecem uma relação muito simbiótica, de dependência afetiva ou apego, com os filhos. Elas têm a necessidade do retorno, diário e presencial, deste afeto e quando os filhos saem de casa elas se sentem esvaziadas.
A Síndrome do ninho vazio é uma crise passageira e a forma como cada um lida com este momento vai depender da sua própria história de vida, personalidade, número de filhos ou como preenchem seu dia a dia.
É importante que os pais estejam atentos aos próprios sentimentos e ressignifiquem esta etapa da vida buscando atividades que lhe despertem a função de outros papéis que não sejam apenas o de mãe ou pai. Atividades remuneradas, passeios, engajar-se em algum grupo, aumentar a rede social, são algumas das sugestões.
Preservar a própria individualidade, independente de estar casado ou não, é um exercício importante que cada um dos pais deve fazer desde que os filhos são pequenos para não demandar mais tarde esta necessidade do outro.
O momento é de adaptação a uma nova situação e da possibilidade de se lançar em algum projeto que até então foi desativado pela criação dos filhos.