10.12.2009

OBESIDADE INFANTIL: EMOÇÃO DE PESO



A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma doença crônica, multifatorial e que atinge populações mundiais. Entre as causas da obesidade estão os fatores genéticos, hormonais, ambientais e sócio-econômicos. Há também os hábitos alimentares inadequados, característica das sociedades industrializadas.
Ser gordo numa cultura que privilegia o padrão da magreza, não é fácil. Quando se é criança este fato torna-se mais agravante uma vez que além dela sofrer discriminação, é excluída das brincadeiras ou alvo de apelidos pejorativos. E a criança não consegue se defender como faz o adulto. Isto a torna mais retraída e algumas delas depressivas.
O excesso de peso na infância, além das causas já citadas, pode ser decorrente de fatores psicológicos.
A baixa auto-estima, conseqüência do preconceito que o gordo sofre, pode fazê-lo buscar na comida uma forma de compensar a emoção negativa. Isso gera um ciclo vicioso, uma vez que ao comer, engorda mais, deprime-se e novamente busca a compensação.
Pais ansiosos também podem colaborar para que isso aconteça. O bebê quando chora pode fazer estes pais entender que ele está com fome e oferecem a ele alimento. Não percebem que o choro pode ser por outros motivos como o frio ou calor, dor, necessidade de carinho, etc. A criança então cresce com dificuldades de discriminar suas emoções e aprende a buscar na comida a solução para suas frustrações.
Crianças que sofrem situações estressantes como a morte de alguma pessoa querida, separações, ausência de um dos pais ou alguma mudança radical, buscam preencher, através da comida, o vazio emocional causado por estas situações, por não saber lidar com elas.
Há ainda aquelas que são premiadas com comida. Ganham chocolates, por exemplo, se almoçarem bem ou se comportarem. A falta de limites também agrava uma vez que a criança, além de não ter horários regulares para as refeições, belisca o dia todo.
Quando é proposto aos pais psicoterapia, alguns reagem mal à sugestão, justificando que o filho é saudável, forte ou qualquer outra desculpa que impossibilite o autoconhecimento e o enfrentamento das emoções envolvidas neste processo.
O sofrimento emocional destas crianças é intenso já que a maioria apresenta dificuldades de relacionamentos interpessoais o que as tornam mais tristes e isolados.

10.10.2009

MUDAR É PRECISO



As mudanças sempre fizeram parte da vida do ser humano. Mudamos de casa, de escola, de trabalho, de amigos. Modifica nosso corpo, nossos ideais, nossos sentimentos, nossa linguagem e até alguns de nossos valores.
Estamos sempre em processo de mudança, tanto externas como internas. Ela é companheira constante. Algumas mudanças que ocorrem não nos afetam diretamente, sendo de pouca importância. Outras nos desequilibram exigindo um rearranjo interno, uma alteração do nosso sistema de crenças para nos adaptarmos a nova se situação.
Mesmo quando necessária, a mudança nem sempre é bem vinda. E por quê?
Mudar implica em perdas. Implica em escolhas. Deixam-se formas conhecidas de lidar com as situações para entrar num caminho desconhecido onde teremos que superar as nossas limitações.
A ameaça que ela causa pode ser grande ou pequena, real ou imaginária, portanto a interpretação da mudança é individual e a maneira de lidar com ela também. Algumas pessoas resistem às mudanças desenvolvendo reações que as façam voltar a tão conhecida, e controlada, formas de ser e agir. Estar diante de algo novo implica em, muitas vezes, não ter referências ou padrões para lidar com esta situação. Então como defesa o indivíduo opta pela repetição de comportamentos, de padrões conhecidos.
É importante conscientizar-se de que nenhum problema que nos acomete está além da nossa capacidade de encará-lo. É possível desenvolver novas atitudes e formas de enfrentamento, refletindo sobre nosso sistema de crenças e valores desenvolvidos até então e que algumas vezes impede de ver como superação as dificuldades que se apresentam na vida.
Não há 100% de benefícios quando o assunto é mudança. Sempre haverá custos psicológicos, de saúde, sociais e até econômicos. O que se deve fazer é buscar o sentido deste processo e vê-lo como uma chance de aprendizagem e amadurecimento.
Não há ganhos sem perdas.