7.23.2009

VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?


Degustar um alimento é um dos prazeres que o ser humano tem, não só pelo paladar como também pela presença de outros ingredientes que estão ao redor da comida:a reunião das pessoas que gostamos como família ou os amigos. Outras finalidades são possíveis com a comida permeando nossas experiências afetivas ou profissionais, uma vez que são em alguns jantares que se realizam grandes negócios ou encontros amorosos. Isso sem falar nas comemorações seja por conquistas pessoais ou as datas festivas.
O ato de comer tem também outras funções, já que as pessoas se alimentam pelos mais variados motivos e não apenas pra saciar a fome, como aquelas que buscam resolver, através da comida, suas dificuldades como a ansiedade, a depressão, o stress ou até mesmo engordando por medo de viver a própria sensualidade. Comem porque estão tristes, ou porque perderam o emprego ou estão com raiva de alguém. A ansiedade, por exemplo, é uma aliada do “beliscador” que come sem perceber e consequentemente ganha peso. Os motivos são variados, mas fica clara a função da comida pra preencher um vazio emocional.
A obesidade é resultado de vários fatores não só os genéticos e os hábitos familiares, mas outros eventos da vida como os psicológicos, sociais, culturais, a influência da propaganda etc. Estes fatores devem ser cuidadosamente observados para compreender qual deles é a razão que leva a pessoa a utilizar a comida como forma de extravasar seus sentimentos negativos.
E tudo isso repercute na auto-imagem, na qualidade de vida, nas relações afetivas, sociais e até profissionais, causando mais desconforto ainda ao individuo gerando um círculo vicioso, uma vez que acaba buscando compulsivamente o prazer na comida para compensar suas frustrações. E é esta forma de compensação que gera mais frustrações o que leva a pessoa a buscar soluções imediatas como os moderadores de apetite que alteram seu humor prejudicando suas relações sociais, ou as soluções radicais como a cirurgia de redução de estomago, vista por muitos pacientes como a solução mágica de todos seus conflitos.
O bebê na sua relação com a mãe percebe suas primeiras gratificações - ou não- do meio externo através do seio materno, ou mamadeira. Isso ocorre na forma como a mãe oferece este leite, o acolhe através do contato físico ou do olhar, suas palavras de carinho, etc., demonstrando assim que já no inicio da vida o ser humano percebe a comida não só como uma necessidade fisiológica, mas emocional também. Uma mãe ansiosa ou que tenha uma expectativa de que saúde esteja associada a ganho de peso, pode nutrir em excesso seu bebê desencadeando um sobrepeso.
É desta forma que o ser humano passa a associar comida a afeto e este significado vai se ampliando ao longo da vida.
A psicoterapia auxilia a refletir e conscientizar sobre seu comportamento, ajudando-o a substituir os prazeres imediatos, representado pela comida, por outros mais duradouros. O ponto de partida é se responsabilizar pela vida emocional, sem utilizar o alimento como fuga, permitindo um novo estilo de vida mais saudável que inclua a percepção de si e do seu agir no mundo.



JOSELENE L. FELÍCIO - psicóloga

7.22.2009

AUTO-ESTIMA REQUER AUTOCONHECIMENTO



A dificuldade em enfrentar alguns obstáculos que inevitavelmente a vida nos impõe, é uma das razões que levam as pessoas a buscar ajuda psicoterápica. Dentre as queixas apresentadas, observa-se um ponto de convergência na auto-estima, um termo muito popular que no senso comum significaria a noção de valor que o indivíduo tem de si, envolvendo crenças, percepções, emoções. Ou seja, a soma da auto-imagem com as informações que o indivíduo recebe do meio social em que vive.
A auto-estima está mais ligada ao narcisismo e o primeiro investimento narcísico vem dos pais que investem nos filhos seus desejos numa tentativa de recuperar os próprios que eles consideram perdidos. Por isso sua origem primitiva, na infância, nas relações estabelecidas com os pais.
Para que o indivíduo desenvolva uma boa auto-estima, é necessário desde cedo que os pais valorizem as conquistas que a criança tem para que ela se sinta amada pelo que é, o que não equivale dizer deixar de impor limites aos seus comportamentos negativos. Mesmo a imposição de limites é uma forma de amor, de cuidado e que propicia à criança uma segurança interna.
O excesso de auto-estima é tão ruim quanto à baixa-auto-estima uma vez que desenvolve indivíduos com a noção exacerbada do eu, que consideram que são capazes de tudo e assim desrespeitam as pessoas com as quais convive.
Uma auto-estima considerada saudável mostra a capacidade que o ego, a parte consciente do eu no mundo, é capaz de tolerar os conflitos e frustrações que inevitavelmente se coloca na vida do ser humano de várias maneiras. E lidar com tais sentimentos é utilizar os recursos que a pessoa tem. Em momentos de crise onde muitas vezes perde-se a autoconfiança é preciso que o indivíduo resgate, através da memória, situações em que ele teve comportamentos bem sucedidos para suplantar este momento.
A auto-estima influência em todos os setores da vida da pessoa: no afetivo, no social, no familiar e no profissional. Em tempo de constantes mudanças as empresas buscam pessoas capazes de aceitar desafios, de ter iniciativas e isso está diretamente ligado a autoconfiança. O contrário disso são indivíduos com medo, depressivos, dependentes, com grandes dificuldades de posicionar-se. Por isso é necessário o reconhecimento das próprias emoções, perceber quais são seus pontos fortes e fracos, para atingir o equilíbrio.


Joselene L. Felício

Psicóloga

7.19.2009

A ESCOLHA DA PROFISSÂO NA ADOLESCÊNCIA


A escolha de uma profissão coincide com um período da vida do indivíduo de transição, adaptações, marcado por intensas crises e conflitos, ajustamentos e mudanças que é a adolescência. Sendo assim a escolha profissional torna-se um processo bastante complexo que requer um conhecimento aprofundado não apenas das áreas especificas, mas principalmente o conhecimento de si.
Soma-se a este quadro a pressão exercida de uma sociedade globalizada que determina respostas rápidas nos ambientes e pessoas, além da complexidade do trabalho e do desconhecimento das profissões. Assim ao pensar na escolha, e consequentemente no vestibular, a maioria dos jovens demonstra sentimentos que vão desde uma simples preocupação até sentimentos de intensa ansiedade e pavor. Há aqueles que reagem inversamente demonstrando bastante tranqüilidade que nada mais é do que uma defesa contra aquilo que lhe causa tanta angústia.
As influências do grupo social, da família, da mídia e do sistema de valores sócio-cultural e econômico se fazem presentes e algumas delas são relevantes na decisão do adolescente. Muitas escolhas são pautadas apenas pelo retorno financeiro, deixando de lado as gratificações emocionais. Outros, diante de tantas dúvidas, optam por seguir a carreira de um dos pais ou atender as expectativas deles, fruto de sonhos não realizados.
A escolha profissional era mais fácil até algumas décadas, uma vez que a maioria dos pais determinava a carreira dos filhos. Hoje tal determinismo não aparece de forma tão evidente, mas a família exerce ainda grande influencia. O jovem tem medo de errar ou de decepcionar os pais e por isso acaba atendendo as sugestões familiares sem uma avaliação realística da mesma.
O processo de escolha de uma profissão é longo e envolve um autoconhecimento profundo, identificação de interesses, habilidades, aptidões e valores. É importante o auxílio de pais, educadores, professores e psicólogos para esclarecer dúvidas, organizar informações a respeito do mundo do trabalho e apontar alternativas, levando em conta momento que o adolescente se encontra e suas características de personalidade.


Joselene Lopes Felício - psicóloga

7.18.2009

A CRIANÇA E O CONCEITO DE MORTE


A morte, mesmo fazendo parte da nossa vida, é um tema que causa desconforto na maioria das pessoas.
Numa sociedade como a nossa voltada para a produtividade, falar de morte tornou-se um tabu. No entanto isso não ocorria até a metade do século passado onde a morte era uma figura familiar, vista com simplicidade e tanto os adultos como as crianças participavam dos rituais de despedidas sem a visão traumática que se tem hoje.
Somos seres vivos mortais, porém o nosso comportamento em situações de perda revela o quanto não nos conscientizou de fato sobre isso.
Reflexos desta postura refletem nossa forma de agir com as crianças quando estas nos perguntam sobre a morte ou mesmo quando vivenciam a perda de alguma pessoa querida. Fica difícil uma criança aceitar a morte como parte natural do desenvolvimento humano quando seus genitores não conseguem lidar com esta situação de perda.
Desde cedo convivemos com separações, como a mudança de escola, de bairro, ou cidade, seja nossa ou de nossos amigos. No entanto tais perdas são temporárias uma vez que é possível vivenciar tais situações novamente. A dificuldade está em aceitar as perdas definitivas, como a morte, e isso nos incomoda: a dor da perda e do vazio.
É a partir dos cinco anos que a criança passa a ter noção da idéia de morte como algo irreversível começa a perguntar sobre o assunto. É necessário então explicar de acordo com aquilo que ela quer saber, com seu nível de compreensão, sempre a encorajando para que ela expresse o que sente.
Não há receitas, mas sempre deve deixar claro à criança que não haverá uma volta. Dizer a ela que vovô foi viajar ou que apenas dormiu isso irá angustiá-la toda vez que ela se deparar com tais situações associando-as como perdas definitivas. É importante conversar sobre morte com as crianças sempre que surgir uma oportunidade como a morte de um bichinho de estimação, de uma planta, quando há uma cena num filme, ou até mesmo de algum conhecido da família.
Os adultos responsáveis pela criança não deve impedir que ela vivencie a experiência da perda. Isso irá dificultar seu processo de luto.
Assistir a velórios ou enterros deve ser decidido por ela, sempre respeitando sua decisão.
A elaboração do conceito de morte pela criança vai depender de alguns fatores como idade, o tipo de vínculo com a pessoa que morreu a dinâmica familiar e a cultura em que ela está inserida. Seja como for, abordar o tema fará com que a criança torne-se um adulto dando mais valor a vida já que nossa passagem aqui é finita.


JOSELENE LOPES FELÍCIO psicóloga



ESTRESSE NÃO É COISA SÓ DE GENTE GRANDE




É muito comum escutarmos adultos a nossa volta dizerem que estão estressados. No entanto foi-se o tempo em que estresse era exclusividade deles. De uns tempos para cá o estresse atinge também o universo infantil e apesar de ser um conceito que se popularizou, poucos realmente sabem o seu real significado.
O estresse é uma reação do organismo frente a uma situação de tensão que pode ser externa ou interna. É um componente normal das nossas vidas e funciona como uma defesa, sendo assim positivo, nos mantendo alerta diante de situações novas. Não é considerada uma patologia, porém se prolongado, conduz a doenças orgânicas ou até mesmo transtorno de comportamento.
Pode ser uma tensão passageira, como na véspera de uma prova, por exemplo, e que não deixa maiores conseqüências depois de concluída; mas se a tensão é permanente é necessário identificar o fator estressante para eliminá-lo.
No caso da criança, a dificuldade em identificar tais fatores torna-se mais difícil, principalmente, pela desinformação dos pais sobre o tema.
Os sintomas podem ser físicos como: dor de barriga, dor de estômago sem causa orgânica, dor de cabeça, tique nervoso, enurese noturna, transtorno do sono, falta de apetite, etc. Há também os psicológicos tais como: irritação sem motivo aparente, agitação, pesadelos, medo ou choro excessivo, insegurança, problemas no desempenho escolar ou social, etc.
Muitas vezes, por trás de uma criança considerada birrenta por não querer ir mais à escola pode ser um sinal de alerta, denotando um sintoma de estresse. A avaliação, no entanto, deve ser cuidadosa, uma vez que os sintomas manifestam-se em conjunto e não isoladamente.
São vários os agentes causadores do estresse em crianças advindos de uma situação ou de um ambiente hostil como morte, nascimento de um irmão, problemas familiares, doenças, mudança ambientais como troca de escola, cidade ou até padrão de vida, etc.
Uma agenda cheia de atividades extracurriculares como cursos de idiomas, informática, natação ou outro esporte etc., mesmo que alguns deles seja um pedido da criança, causam uma sobrecarga que não deixa espaço para a atividade mais preciosa que ela deve ter: o brincar.
A vida agitada dos pais, que correm o dia todo também influencia, consideravelmente, nos filhos quer seja através de tais atividades acima citadas vistas como "necessidades" por alguns pais, sem falar na cobrança de que tenham êxitos nas mesmas; ou por pressões no trabalho, ou outro problema da vida cotidiana e que sem perceberem acabam descontando nos filhos.
O que fazer?
Após identificar o fator que está prejudicando a criança, encontrar maneiras de lidar com o mesmo para que não cause sofrimento. Os pais devem respeitar o ritmo da criança, valoriza-la e a exigência deve ser adequada ao seu nível de desenvolvimento emocional. Isso não deve significar passar de um grau de rigidez para um de permissividade total, mas sim encontrar um ponto de equilíbrio.
A dificuldade de compreender o que o outro sente ou mesmo expressar aquilo que o aborrece são também fatores estressantes que gera um ambiente hostil. Quanto maior a dificuldade de expressar os sentimentos, tanto maior a probabilidade de expressar tais angústias através do corpo.

JOSELENE L. FELÍCIO
Psicóloga

SEPARAÇÃO




O dicionário nos mostra que separação é "afastamento; interrupção; ruptura".
Ao longo da vida fazemos muitas separações. A primeira delas, quando saímos do útero materno; depois tantas outras, como a de amigos, escola, família, mudança de cidade ou trabalho. A separação é uma experiência universal e embora haja diferenças entre pessoas, culturas, etc., a maioria das emoções vivenciadas, quando relatadas, é comum.
Separar é um processo difícil, doloroso, mesmo quando é voluntário apresentando-se como resolução de conflitos. E de todas as que causam mais dor é a separação amorosa. Nela acaba-se a fantasia do parceiro idealizado. É preciso matar o outro dentro de si. Mas como fazer isso se o significado da vida está depositado neste outro?
Surgem sentimentos de impotência e a sensação de fracasso toma conta. O nosso ideal seria aguentar a barra da própria solidão, do vazio, mas ninguém é de ferro.
Buscamos saídas para aliviar esta dor, racionalizações que nos convençam da perda. Culpamos o outro pela frustração, pela expectativa da não complementação.
Elegemos o outro como responsável pela nossa satisfação, de não nos sentirmos sozinhos; o depositário das nossas projeções, e quando isso não acontece nos sentimos "enganados", mas na verdade, durante o tempo juntos, não permitimos que esse "personagem" se revelasse tal qual ele é.
A separação é uma capitulação das nossas vidas que nos ensina sobre nós mesmos permitindo que aquele lado "sombrio" ganhe nova dimensão e assim termos a consciência que somos responsáveis pelas nossas próprias satisfações e realizações. No entanto fazer este movimento exige boa dose de assertividade e maturidade.


Joselene L. Felício
psicóloga

7.17.2009

TIMIDEZ INFANTIL




Quando pensamos em crianças logo associamos a brincadeiras, algazarras e muita extroversão. No entanto há aquelas que se comportam de maneira tímida mesmo num ambiente familiar a ela.
A timidez, apesar de ser uma dificuldade para o desenvolvimento social sadio, nem sempre é percebida assim, uma vez que a criança quieta agrada a todos por “não dar trabalho”. Somente quando ela entra na escola que seu comportamento torna-se questionável sendo mais facilmente observado nas atividades desenvolvidas em grupo, seja nas tarefas em sala de aula ou no recreio, onde a interação é importante.
Este tipo de timidez não deve ser confundido com a timidez transitória que é comum em situações novas onde a maioria das pessoas sente um desconforto diante de pessoas ou ambientes desconhecidos.
Algumas características da criança tímida:
- isolamento social, apresentando um repertório de desculpas para recusar convites
- Baixa auto-estima, sente-se inferiorizada perante outras crianças
- Fala pouco, tom de voz baixo ou gaguejante
- Expressão corporal reduzida
- insegurança ao expressar suas idéias por receio de ser rejeitada ou de parecer ridícula.
- Dificuldades em expressar seus sentimentos.
Forçar a criança a conviver em grupo ou enfrentar alguma outra situação só vai aumentar sua tensão e ansiedade. É preciso estimulá-la ao convívio social, aos poucos, respeitando seus limites. Mostrar a ela que compreende o que sente porém que acredita na sua capacidade de superação.
Os pais e a escola tem papel ativo no tratamento, devendo ter orientações de como lidar com a situação.


JOSELENE L. FELÍCIO

MEU FILHO É HIPERATIVO !?




Uma das perguntas mais freqüentes que pais e professores fazem quando estão diante daquela criança que não pára quieta é: “Será que ela é hiperativa?”.
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) que apesar de ser associado mais a hiperatividade, é uma síndrome que se caracteriza também por duas outras formas: desatenção ou ainda o tipo combinado.As principais características são: dificuldade de controle, dificuldade de atenção (o que resulta em problemas de aprendizado), de concentração, distúrbio de comportamento, impulsividade e a hiperatividade.
Esta energia inesgotável é atribuída por algumas pessoas como “natural da idade” ou falta de limites dos pais o que dificulta o diagnóstico e, conseqüentemente, o tratamento adequado.
Desde cedo se mostram mais agitadas que as demais crianças, irritadiças e perdem o interesse rapidamente pelas atividades. Na escola tem dificuldade em permanecer na carteira e terminar as tarefas é um martírio. Parecem estar sempre ligados na tomada.
A falta de compreensão do meio em que vivem desencadeia alguns rótulos, tais como: “irresponsáveis”, “preguiçosos”, “indisciplinados”, “desorganizados” e assim são levados a crer que nunca conseguirão desenvolver seu potencial. Tudo isso gera uma percepção negativa de si mesmo e que afeta consideravelmente sua auto-estima manifestando em alguns casos o isolamento social.
Geralmente diagnóstico do TDAH só acontecerá quando a criança entrar na escola uma vez que fica evidente a dificuldade de atenção, de organização das tarefas e de relacionamento com os colegas.
Os pais sofrem muito com o comportamento inquieto destes filhos apresentando alto nível de estresse, comprometendo as relações sociais e o ambiente familiar. Lidar com a situação é um constante desafio uma vez que a paciência nem sempre pode estar presente.
Até a década de 70 acreditava-se que o TDAH era um problema restrito a infância e que desaparecia na adolescência ou idade adulta. Hoje se sabe que o transtorno acompanha 70% das crianças na vida adulta. Felizmente o mercado de trabalho, por ser amplo, possibilita ao portador de TDAH encontrar uma atividade que lhe ofereça motivação para que ele desenvolva suas habilidades.
È importante fazer um diagnóstico preciso do TDAH através de uma avaliação ampla para que não haja confusão com sintomas similares comuns a maioria das crianças como correrias, desinteresse na sala de aula decorrente de algum problema emocional, etc.
O tratamento adequado é a combinação de medicamentos, alternativas pedagógicas que resgatem seu interesse pelo estudo e intervenções psicológicas. A psicoterapia é importante para ajudar o portador de TDAH a entender como ele funciona, melhorar sua auto-estima que se encontra prejudicada, e assim tirar o melhor proveito de si.
Além do tratamento, o mais importante é a conscientização e compreensão das pessoas que convivem com este jeito “acelerado ou avoado de ser”, uma vez que, ao contrário do que pensam, eles não assim porque querem.

Joselene L. Felício

Psicóloga

BRINCADEIRA É COISA SÉRIA






A frase, apesar de controvertida, é verdadeira.
O brincar é muito importante para o desenvolvimento infantil. É através da brincadeira que a criança expressa seus sentimentos e desenvolve-se cognitivamente, emocionalmente, socialmente e fisicamente.
O ser humano brinca desde que nasce. O primeiro brinquedo é o próprio corpo: o bebê explora as mãos, os pés, ri com seus balbucios, descobre sons, num processo de autoconhecimento.
O brinquedo permite à criança a possibilidade de compreender o mundo em que vive. É através dele que ela elabora conflitos, suas dificuldades e ansiedades, experimentando e prevendo os acontecimentos, além de descarregar fantasias agressivas sem danos reais uma vez que tudo se passa na imaginação. É por intermédio deste mundo simbólico que ela se comunica com o universo.
Por trás do que possa parecer uma simples atividade lúdica a criança desenvolve a linguagem; habilidades psicomotoras; aprende que existem regras a serem respeitadas e, portanto, limites; aprende a se colocar no lugar do outro; a ceder; a lidar com as frustrações; interagir; discutir; colaborar; dividir; criar; enfim, abre espaço para a formação de valores e uma série de características importantes que tornam o homem um ser social.
Na era dos sedutores brinquedos eletrônicos às vezes torna-se difícil convencer os filhos a fazerem outras escolhas. Tê-los é prejudicial? Claro que não. O que os pais não podem perder de vista é que o uso excessivo destes jogos pode trazer conseqüências desfavoráveis como sedentarismo, isolamento, o não favorecimento da criatividade, etc. Tampouco adianta convencer a criança que o melhor brinquedo é aquele jogo didático e pronto.
Brincar não pode ser uma imposição, senão vira tarefa.
Brinquedos de guerra é outra preocupação dos pais uma vez que questionam se não estarão estimulando a agressividade dos filhos. A criança, quando possível, precisa ter um pouco de tudo, mas sem exageros. Não comprar este tipo de brinquedo não vai impedir que a criança, no faz-de-conta, faça de um pedaço de madeira, ou da própria mão, sua arma de guerra. Com certeza todos os pais já presenciaram uma cena assim. “Matar” aquele boneco é descarregar simbolicamente uma agressividade, que precisa ser posta para fora, e de uma forma menos ameaçadora. Novamente aqui deve prevalecer o bom senso.
Tanto quanto orientar os filhos nas escolhas, e importante também respeita-los nas suas decisões de adquirir este ou aquele brinquedo, respeitando também seus limites na interação com o mesmo.
Brincar é saudável e a criança que não brinca provavelmente está doente.


Joselene L Felício – Psicóloga