7.18.2009

SEPARAÇÃO




O dicionário nos mostra que separação é "afastamento; interrupção; ruptura".
Ao longo da vida fazemos muitas separações. A primeira delas, quando saímos do útero materno; depois tantas outras, como a de amigos, escola, família, mudança de cidade ou trabalho. A separação é uma experiência universal e embora haja diferenças entre pessoas, culturas, etc., a maioria das emoções vivenciadas, quando relatadas, é comum.
Separar é um processo difícil, doloroso, mesmo quando é voluntário apresentando-se como resolução de conflitos. E de todas as que causam mais dor é a separação amorosa. Nela acaba-se a fantasia do parceiro idealizado. É preciso matar o outro dentro de si. Mas como fazer isso se o significado da vida está depositado neste outro?
Surgem sentimentos de impotência e a sensação de fracasso toma conta. O nosso ideal seria aguentar a barra da própria solidão, do vazio, mas ninguém é de ferro.
Buscamos saídas para aliviar esta dor, racionalizações que nos convençam da perda. Culpamos o outro pela frustração, pela expectativa da não complementação.
Elegemos o outro como responsável pela nossa satisfação, de não nos sentirmos sozinhos; o depositário das nossas projeções, e quando isso não acontece nos sentimos "enganados", mas na verdade, durante o tempo juntos, não permitimos que esse "personagem" se revelasse tal qual ele é.
A separação é uma capitulação das nossas vidas que nos ensina sobre nós mesmos permitindo que aquele lado "sombrio" ganhe nova dimensão e assim termos a consciência que somos responsáveis pelas nossas próprias satisfações e realizações. No entanto fazer este movimento exige boa dose de assertividade e maturidade.


Joselene L. Felício
psicóloga