7.17.2009

MEU FILHO É HIPERATIVO !?




Uma das perguntas mais freqüentes que pais e professores fazem quando estão diante daquela criança que não pára quieta é: “Será que ela é hiperativa?”.
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) que apesar de ser associado mais a hiperatividade, é uma síndrome que se caracteriza também por duas outras formas: desatenção ou ainda o tipo combinado.As principais características são: dificuldade de controle, dificuldade de atenção (o que resulta em problemas de aprendizado), de concentração, distúrbio de comportamento, impulsividade e a hiperatividade.
Esta energia inesgotável é atribuída por algumas pessoas como “natural da idade” ou falta de limites dos pais o que dificulta o diagnóstico e, conseqüentemente, o tratamento adequado.
Desde cedo se mostram mais agitadas que as demais crianças, irritadiças e perdem o interesse rapidamente pelas atividades. Na escola tem dificuldade em permanecer na carteira e terminar as tarefas é um martírio. Parecem estar sempre ligados na tomada.
A falta de compreensão do meio em que vivem desencadeia alguns rótulos, tais como: “irresponsáveis”, “preguiçosos”, “indisciplinados”, “desorganizados” e assim são levados a crer que nunca conseguirão desenvolver seu potencial. Tudo isso gera uma percepção negativa de si mesmo e que afeta consideravelmente sua auto-estima manifestando em alguns casos o isolamento social.
Geralmente diagnóstico do TDAH só acontecerá quando a criança entrar na escola uma vez que fica evidente a dificuldade de atenção, de organização das tarefas e de relacionamento com os colegas.
Os pais sofrem muito com o comportamento inquieto destes filhos apresentando alto nível de estresse, comprometendo as relações sociais e o ambiente familiar. Lidar com a situação é um constante desafio uma vez que a paciência nem sempre pode estar presente.
Até a década de 70 acreditava-se que o TDAH era um problema restrito a infância e que desaparecia na adolescência ou idade adulta. Hoje se sabe que o transtorno acompanha 70% das crianças na vida adulta. Felizmente o mercado de trabalho, por ser amplo, possibilita ao portador de TDAH encontrar uma atividade que lhe ofereça motivação para que ele desenvolva suas habilidades.
È importante fazer um diagnóstico preciso do TDAH através de uma avaliação ampla para que não haja confusão com sintomas similares comuns a maioria das crianças como correrias, desinteresse na sala de aula decorrente de algum problema emocional, etc.
O tratamento adequado é a combinação de medicamentos, alternativas pedagógicas que resgatem seu interesse pelo estudo e intervenções psicológicas. A psicoterapia é importante para ajudar o portador de TDAH a entender como ele funciona, melhorar sua auto-estima que se encontra prejudicada, e assim tirar o melhor proveito de si.
Além do tratamento, o mais importante é a conscientização e compreensão das pessoas que convivem com este jeito “acelerado ou avoado de ser”, uma vez que, ao contrário do que pensam, eles não assim porque querem.

Joselene L. Felício

Psicóloga