7.22.2009

AUTO-ESTIMA REQUER AUTOCONHECIMENTO



A dificuldade em enfrentar alguns obstáculos que inevitavelmente a vida nos impõe, é uma das razões que levam as pessoas a buscar ajuda psicoterápica. Dentre as queixas apresentadas, observa-se um ponto de convergência na auto-estima, um termo muito popular que no senso comum significaria a noção de valor que o indivíduo tem de si, envolvendo crenças, percepções, emoções. Ou seja, a soma da auto-imagem com as informações que o indivíduo recebe do meio social em que vive.
A auto-estima está mais ligada ao narcisismo e o primeiro investimento narcísico vem dos pais que investem nos filhos seus desejos numa tentativa de recuperar os próprios que eles consideram perdidos. Por isso sua origem primitiva, na infância, nas relações estabelecidas com os pais.
Para que o indivíduo desenvolva uma boa auto-estima, é necessário desde cedo que os pais valorizem as conquistas que a criança tem para que ela se sinta amada pelo que é, o que não equivale dizer deixar de impor limites aos seus comportamentos negativos. Mesmo a imposição de limites é uma forma de amor, de cuidado e que propicia à criança uma segurança interna.
O excesso de auto-estima é tão ruim quanto à baixa-auto-estima uma vez que desenvolve indivíduos com a noção exacerbada do eu, que consideram que são capazes de tudo e assim desrespeitam as pessoas com as quais convive.
Uma auto-estima considerada saudável mostra a capacidade que o ego, a parte consciente do eu no mundo, é capaz de tolerar os conflitos e frustrações que inevitavelmente se coloca na vida do ser humano de várias maneiras. E lidar com tais sentimentos é utilizar os recursos que a pessoa tem. Em momentos de crise onde muitas vezes perde-se a autoconfiança é preciso que o indivíduo resgate, através da memória, situações em que ele teve comportamentos bem sucedidos para suplantar este momento.
A auto-estima influência em todos os setores da vida da pessoa: no afetivo, no social, no familiar e no profissional. Em tempo de constantes mudanças as empresas buscam pessoas capazes de aceitar desafios, de ter iniciativas e isso está diretamente ligado a autoconfiança. O contrário disso são indivíduos com medo, depressivos, dependentes, com grandes dificuldades de posicionar-se. Por isso é necessário o reconhecimento das próprias emoções, perceber quais são seus pontos fortes e fracos, para atingir o equilíbrio.


Joselene L. Felício

Psicóloga