11.19.2009

A INVEJA


A inveja acontece desde cedo na vida humana. É considerada um dos sete pecados capitais, é citada na bíblia e está presente não só em diversos contos de fadas como também em filmes ou novelas. Popularmente é conhecida como “olho grande”.
Mesmo sendo um sentimento universal poucos ousam admiti-la em si uma vez que, moralmente, ela não é aceita.
A inveja é um sentimento primário e complexo. Na psicanálise há um vasto material de estudo sobre o assunto. Freud localiza a inveja na descoberta das diferenças anatômicas. Descreve que ela é uma característica humana e que quando o indivíduo não a identifica, provavelmente ele a reprimiu, o que acaba refletindo em ações inconscientes.
O invejoso é inseguro, com baixa auto-estima, desconfia de tudo e de todos e é muito observador. Uma vez que a inveja surge da comparação, o invejoso tem o desejo de possuir aquilo que o outro possui: status, bens materiais, atributos ou habilidades. E quando não consegue obter, é preciso destruir.
A inveja pode se manifestar de várias formas: desvalorizando as qualidades do outro, ao mesmo tempo em que procura mostrar que é melhor que ele; ou através da projeção, afirmando que não é invejoso, porém está cercada por pessoas que querem destruí-lo.
Algumas pessoas confundem inveja com ciúmes. São conceitos próximos, mas tem diferenças. Na inveja há dois envolvidos e no ciúme há três, sendo este último mais aceitável, uma vez que representa a tentativa de recuperação de algo que o indivíduo tinha e que alguém “o tomou”.
É difícil conviver com pessoas invejosas, principalmente em ambientes corporativos onde o clima de competitividade é maior. O trabalho deve ser o lugar que possibilita o indivíduo a se desenvolver e a inveja causa desmotivação. Há um desgaste emocional de quem é vítima da inveja uma vez que é preciso reconstruir o que o outro insiste em desconstruir.
É necessário refletir que as limitações são inerentes ao ser humano e não significa ser menor. Uma auto-avaliação auxilia o indivíduo, que tem inveja, compreender quais aspectos que precisam ser desenvolvidos em si mesmo, ao invés de queixar-se de injustiça ou de que o outro tem mais sorte.