12.16.2010

O lado emocional da compra

Estamos no mês de dezembro e uma “euforia” toma conta da maioria das pessoas nesta época do ano levando-as a gastar, geralmente mais do que se ganha, com a justificativa de que é natal. Mesmo que o excesso de compras seja para camuflar a tristeza que muitos sentem neste período, o indivíduo cria a ilusão de que o comprar é a solução para o vazio interior.
Crédito fácil, 13°, tipo de personalidade, o grupo social que o indivíduo pertence, pais com sentimento de culpa por sua ausência o ano todo com os filhos, além de tantos estímulos através das propagandas e vitrines coloridas, que fica difícil conter o impulso de gastar.
Assim, somado aos desejos inconscientes de cada um, muitos indivíduos diante de uma compra são tomados pelo imediatismo utilizando-se de justificativas como “eu mereço” ou “é natal”. Tais argumentos, na maioria das vezes, causam consequências negativas após a ressaca das festas, uma vez que janeiro é mês de compromissos como IPVA, matrícula de escola, compra de material, etc.
Mas será que é preciso comprar tanto?
Não há mal algum em comprar, porém é preciso cuidado para discernir o que é uma fuga para reduzir uma tensão o mais rápido possível, ou se realmente é preciso adquirir determinado produto. Quando alguém, por exemplo, compra continuamente, sem uma avaliação realística, torna-se patológico, ou seja, um compulsivo. A compulsão por compras é um Transtorno psiquiátrico e caracteriza-se por atos repetitivos e um desejo incontrolável de comprar.
Emoção e razão estão presentes em todas nossas decisões, porém deve haver um equilíbrio entre elas. Na hora de comprar, o planejamento é importante, examinando todas as alternativas, favoráveis ou não, descobrindo o que é melhor para si.
A necessidade de gastar em demasia, com a desculpa que é natal, pode representar uma necessidade de superar um sentimento de frustração e que na maioria das vezes é a incapacidade do individuo de conhecer a si próprio e dar significado às suas emoções.
Diante da dificuldade de lidar com uma época que gera angústia e fragilidade, o ato de comprar é uma válvula de escape para lidar com tais aspectos.
Sendo o consumo mais emocional que racional, é importante uma avaliação da real necessidade daquilo que se quer comprar, já que não é a aquisição de um novo objeto que anula a depressão ou a angústia, comuns nesta época do ano.