1.02.2010

Já não fazem mais velhos como antigamente


Crescemos ouvindo, e acreditando, que a fase da vida que designamos por “terceira idade” ou velhice costuma estar associada à decadência física, ao abandono, à dor pela perda do cônjuge, de amigos, parentes, etc.
Esta imagem negativa tem sido gradativamente substituída por ações públicas e pessoais, no sentido de valorizar esta etapa da vida, demonstrando que apesar das mudanças mentais, físicas e sociais inerentes a esta fase, é possível ter boa qualidade de vida.
Daqui a 20 anos aproximadamente, se forem confirmadas as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estimativa (IBGE), seremos o sexto país em maior número de idosos do planeta. Isso é resultado de alguns fatores tais como os avanços da medicina, a queda da taxa de fecundidade, melhorias nas condições gerais da população que contribuíram para elevar a expectativa de vida dos brasileiros.
As interpretações dadas a cada faixa etária é influenciada pelo contexto sócio-cultural que o indivíduo está inserido, que pode valorizá-lo ou estigmatizá-lo. O preconceito com o idoso ainda existe, o que aponta a necessidade da construção de um novo lugar social e um novo olhar para a velhice.
No entanto é o próprio idoso que tem suplantado a condenação daquilo que foi estabelecido anteriormente de que o avanço da idade determina o fim de tudo. Assim, o que observamos atualmente é uma mudança, cada vez maior e melhor, de comportamento e atitude das pessoas da terceira idade.
Hoje eles querem viajar mais, namorar, praticar esportes, se divertir. E mesmo que este perfil não contemple a todos, o denominador comum é que eles não associam mais esta fase como um término e sim a possibilidade de realizar outros projetos que até então não eram possíveis em função da correria do trabalho ou criação dos filhos. Alguns buscam formas de se manterem ativos através de projetos profissionais ou de estudos, indo na contramão dos estereótipos sociais.
O mercado publicitário inclusive tem visto no idoso um consumidor em potencial. As agências de turismos, por exemplo, tem pacotes destinados a esta faixa etária.
Envelhecer é um processo pessoal, natural e inevitável, para qualquer ser humano e requer cuidados biológicos e psíquicos também.
É importante ressaltar que o termo velho pode ser aplicado em etapas anteriores da vida de qualquer pessoa que não busca construir algo ou realizar desejos pessoais em função do medo, da rigidez de pensamento, do comodismo.
Portanto o sistema de crenças do indivíduo contribui significativamente na forma dele ver mundo e que definem o sentido e o valor da velhice.
É preciso então permitir-se a explorar suas possibilidades, desenhando novas perspectivas para esta fase já que as (re) descobertas acontecem em qualquer momento da vida do ser humano.