6.22.2010

Infidelidade On-line

A Internet, utilizada como instrumento de comunicação e pesquisa, teve impacto direto em várias áreas da sociedade, modificando as possibilidades de relacionamento entre as pessoas e favorecendo outros tipos de interação.
Conhecer pessoas através de chats, salas de bate papo, Orkut, Messenger, etc., é um comportamento cada vez mais freqüente pelo fácil acesso ao espaço cibernético. Estes contatos vão desde simples troca de idéias, segredos inconfessáveis até o envolvimento emocional ou sexual entre os parceiros. E mesmo que haja uma grande distância geográfica, há sempre a sensação de proximidade entre eles.
No mundo virtual tudo pode. A tela do computador pode ser uma extensão do eu, onde todos os desejos são projetados e a busca de satisfação também. O que vale não é o real e sim o que parece ser. A fantasia e a idealização dominam, havendo uma confusão pessoa-personagem; real e virtual.
Se falta contato físico, sobra muita imaginação manifestada através de expressões românticas, troca de intimidades até conteúdos altamente eróticos. Esses estímulos, mesmo que tenham um caráter temporário, podem colocar em risco a relação do casal do mundo real.
A mudança de comportamento do parceiro é evidente: consultas freqüentes a e-mails, alteração de senha, permanecer muito tempo frente ao computador, inclusive madrugada adentro, etc. Os primeiros contatos são virtuais que podem, ou não, passar para as conversas por telefone e encontros reais.
As justificativas para a infidelidade virtual pouco diferem da forma tradicional. Fuga da rotina, desejo de aventura, de vingança, carência afetiva, são algumas delas.
Nos últimos anos o índice de infidelidade conjugal aumentou, e passou a ser tão comum que o seu significado, para algumas pessoas, ultrapassou a conotação sexual, podendo até significar desonestidade pelo simples fato do parceiro não compartilhar algum segredo.
No entanto, as regras do que é, ou não, infidelidade é determinada por cada casal. Não há um padrão rígido, pois cada relação é única. Há casais, por exemplo, que não consideram o swing, ou troca de parceiros, sinônimo de infidelidade, uma vez que o acordo é mútuo. Tanto que para quem flagra o parceiro numa relação virtual sente-se confuso por não saber identificar se aquilo deve ser considerado ou não uma traição.
De qualquer maneira, a inclusão de uma terceira pessoa numa relação, onde teoricamente teria espaço apenas para duas pessoas, é difícil de ser compreendida para a maioria dos casais. Isso desencadeia sentimentos de raiva, dor e tristeza, mesmo que o relacionamento seja virtual.
Seja como for, o ideal é sempre o diálogo entre o casal para compreender os sentimentos que envolvem a situação, já que não há garantias de que um dia um dos parceiros não será seduzido por outra pessoa.