Quando pensamos em crianças associamos à imagem de alegria, correria, brincadeiras. Desta forma, falar em depressão infantil causa estranheza para a maioria das pessoas. Criança pode ter depressão? Sim, pode.
A manifestação da depressão na criança é diferente da maneira que ocorre no adulto. Nem sempre os sintomas na criança são claros e muitas vezes a família confunde alguns dos comportamentos com birra.
A depressão infantil pode se apresentar de várias maneiras. Inicialmente as queixas físicas como dor de barriga, dor de cabeça, etc. estão mais presentes. Depois as queixas psicológicas tornam-se mais evidentes e a criança pode apresentar-se agitada ou apática isolando-se das pessoas na sua casa ou na escola. Ela também costuma abandonar os brinquedos favoritos, têm dificuldades de concentração, desinteresse pelas atividades rotineiras, sentimento de inferioridade, queda do rendimento escolar, irritabilidade e condutas destrutivas. A recusa em ir à escola é uma característica frequente já que a escola está para a criança assim como o trabalho está para o adulto.
Fatores estressantes como perda de um ente querido, separação dos pais, mudança de escola ou de cidade, conflitos familiares, doenças ou internações prolongadas, são uma das causas que podem desencadear a depressão. No entanto estudos indicam que filhos de pais com depressão têm mais chances de apresentar a doença. Isso tudo vai depender da constituição psíquica de cada um já que o ser humano responde de modo diferenciado ao ambiente que o cerca.
Os pais devem estar atentos às mudanças de comportamento da criança. Porém é imprescindível uma avaliação cuidadosa, por especialistas, para um diagnóstico diferencial da depressão já que ela pode estar associada a outras patologias.
O tratamento medicamentoso não é utilizado em todos os quadros. O apoio da família e o acompanhamento psicológico mostram-se eficientes e necessários uma vez que a depressão, se não tratada adequadamente, pode trazer no futuro prejuízos nos aspectos afetivos e sociais para o indivíduo.
"Conheças todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana". Carl Gustav Jung
4.28.2011
4.14.2011
COMO VAI A SUA AUTOESTIMA?
Muito se fala sobre autoestima e a importância dela em todos os setores da vida da pessoa: no afetivo, no social, no familiar e no profissional.
O mercado editorial descobriu neste tema um filão e ganha muito dinheiro com publicações do gênero “ensinando” a ter uma boa autoestima em poucas lições. Dito desta forma parece fácil, como se a autoestima fosse um produto que bastasse seguir as instruções do rótulo para ser feliz.
Autoestima é muito mais do que se achar bonito ou legal. É um termo muito popular que no senso comum significaria a noção de valor, positiva ou negativa, que o indivíduo tem de si, envolvendo crenças, percepções, emoções que ele adquiriu ao longo da vida. Contudo, a construção da autoestima é mais complexa do que imaginamos.
Sua origem é na infância, nas relações estabelecidas com os pais.
Assim, para que o indivíduo desenvolva uma boa autoestima, é necessário desde cedo que os pais valorizem as conquistas que a criança tem para que ela se sinta amada pelo que é, o que não equivale deixar de impor limites aos seus comportamentos negativos. No entanto a criança que cresce só ouvindo criticas acreditará, ao longo da vida, que nunca agrada o suficiente e que terá sempre que fazer algo especial, algo a mais, para que o outro a ame.
É importante sinalizar que há comportamentos no indivíduo que devem ser modificados, se isto é o desejo dele, e outros que não são necessários porque é da característica do indivíduo, do seu jeito de ser. Porém, para chegar a esta conclusão, é preciso autoconhecimento.
Em uma sociedade que dita padrões de sucesso para a carreira, para o corpo perfeito, para os relacionamentos afetivos, a comparação com o outro é sempre maléfica. Não há padrões. O ser humano é único e são as diferenças entre as pessoas que possibilitam as trocas e o crescimento do ser humano.
É comum as pessoas prestarem atenção na maneira como os outros a tratam, mas não observam como se tratam, como proporcionam atenção e carinho a si mesmos. Não se deve responsabilizar o outro pela sua felicidade, tampouco pelos seus fracassos.
Uma autoestima considerada saudável inclui o reconhecimento das próprias emoções, perceber quais são seus pontos fortes e fracos, para atingir o equilíbrio. Isso significa maturidade e assertividade.
A conquista de uma boa autoestima não se resume a repetição de frases positivas, na maioria das vezes mecanicamente. É preciso mais que isso. É preciso autoconfiança e o ponto de partida é um mergulho dentro de si.
Autoestima é amor próprio e isto começa na auto aceitação.
O mercado editorial descobriu neste tema um filão e ganha muito dinheiro com publicações do gênero “ensinando” a ter uma boa autoestima em poucas lições. Dito desta forma parece fácil, como se a autoestima fosse um produto que bastasse seguir as instruções do rótulo para ser feliz.
Autoestima é muito mais do que se achar bonito ou legal. É um termo muito popular que no senso comum significaria a noção de valor, positiva ou negativa, que o indivíduo tem de si, envolvendo crenças, percepções, emoções que ele adquiriu ao longo da vida. Contudo, a construção da autoestima é mais complexa do que imaginamos.
Sua origem é na infância, nas relações estabelecidas com os pais.
Assim, para que o indivíduo desenvolva uma boa autoestima, é necessário desde cedo que os pais valorizem as conquistas que a criança tem para que ela se sinta amada pelo que é, o que não equivale deixar de impor limites aos seus comportamentos negativos. No entanto a criança que cresce só ouvindo criticas acreditará, ao longo da vida, que nunca agrada o suficiente e que terá sempre que fazer algo especial, algo a mais, para que o outro a ame.
É importante sinalizar que há comportamentos no indivíduo que devem ser modificados, se isto é o desejo dele, e outros que não são necessários porque é da característica do indivíduo, do seu jeito de ser. Porém, para chegar a esta conclusão, é preciso autoconhecimento.
Em uma sociedade que dita padrões de sucesso para a carreira, para o corpo perfeito, para os relacionamentos afetivos, a comparação com o outro é sempre maléfica. Não há padrões. O ser humano é único e são as diferenças entre as pessoas que possibilitam as trocas e o crescimento do ser humano.
É comum as pessoas prestarem atenção na maneira como os outros a tratam, mas não observam como se tratam, como proporcionam atenção e carinho a si mesmos. Não se deve responsabilizar o outro pela sua felicidade, tampouco pelos seus fracassos.
Uma autoestima considerada saudável inclui o reconhecimento das próprias emoções, perceber quais são seus pontos fortes e fracos, para atingir o equilíbrio. Isso significa maturidade e assertividade.
A conquista de uma boa autoestima não se resume a repetição de frases positivas, na maioria das vezes mecanicamente. É preciso mais que isso. É preciso autoconfiança e o ponto de partida é um mergulho dentro de si.
Autoestima é amor próprio e isto começa na auto aceitação.
3.14.2011
INTERNET VICIA?
É inegável a importância que a Internet tem assumido nos últimos anos na vida do indivíduo. Através dela é possível realizar uma multiplicidade de tarefas que facilitam o dia a dia, tais como: fazer compras, realizar transações bancárias, jogar, buscar informações, participar de reuniões de trabalhos através de vídeo conferência; fazer amizades; reencontrar antigos amigos, etc.
Enfim, há um vasto número de benefícios que estão ao alcance de um clique. No entanto é justamente isto que pode tornar-se perigoso. O indivíduo, por considerar normal a utilização da Internet, faz uso abusivo do computador permanecendo mais tempo conectado que o necessário. Este comportamento tem provocado o surgimento de um número cada vez maior de viciados na Rede.
Diante disto, qual a linha divisória entre perceber o computador como uma ferramenta que facilita as tarefas diárias daquela que caracteriza uma dependência? Como identifica-la?
Embora haja poucos estudos sobre o tema, vários pesquisadores sugerem alguns critérios para classificação do abuso de Internet : Não conseguir diminuir o tempo on-line; sentir-se ansioso ou irritado quando está em algum lugar onde não possa conectar; isolamento social; mentir sobre a quantidade de tempo que utiliza a Internet; recusar programas com os amigos para ficar no computador; perder a noção do tempo atrasando a realização de tarefas (no trabalho ou em casa); etc.
Tais comportamentos deterioram as relações sociais do sujeito como também causam prejuízos físicos como dores nas costas, alteração do sono e ganho de peso.
São vários os motivos que levam o indivíduo a se refugiar no ciberespaço. Reconhecer que apresenta este comportamento é o primeiro passo para o tratamento que inclui o conhecimento de si e dos fatores que desencadearam a compulsão, apontando assim perspectivas para uma vida mais saudável.
A dependência da Internet é um fenômeno global e não escolhe faixa etária, tampouco nível social, econômico ou cultural. O vício não se resume aos jogos, como pensam muitas pessoas. Ele pode estar contido nos bates papos, na verificação inocente (porém constante) das redes sociais, ou nas conversas instantâneas. É um problema de saúde pública porém, ao contrário de outras dependências como o álcool e outras drogas, não há campanhas preventivas que alertem os usuários dos malefícios.
Enfim, há um vasto número de benefícios que estão ao alcance de um clique. No entanto é justamente isto que pode tornar-se perigoso. O indivíduo, por considerar normal a utilização da Internet, faz uso abusivo do computador permanecendo mais tempo conectado que o necessário. Este comportamento tem provocado o surgimento de um número cada vez maior de viciados na Rede.
Diante disto, qual a linha divisória entre perceber o computador como uma ferramenta que facilita as tarefas diárias daquela que caracteriza uma dependência? Como identifica-la?
Embora haja poucos estudos sobre o tema, vários pesquisadores sugerem alguns critérios para classificação do abuso de Internet : Não conseguir diminuir o tempo on-line; sentir-se ansioso ou irritado quando está em algum lugar onde não possa conectar; isolamento social; mentir sobre a quantidade de tempo que utiliza a Internet; recusar programas com os amigos para ficar no computador; perder a noção do tempo atrasando a realização de tarefas (no trabalho ou em casa); etc.
Tais comportamentos deterioram as relações sociais do sujeito como também causam prejuízos físicos como dores nas costas, alteração do sono e ganho de peso.
São vários os motivos que levam o indivíduo a se refugiar no ciberespaço. Reconhecer que apresenta este comportamento é o primeiro passo para o tratamento que inclui o conhecimento de si e dos fatores que desencadearam a compulsão, apontando assim perspectivas para uma vida mais saudável.
A dependência da Internet é um fenômeno global e não escolhe faixa etária, tampouco nível social, econômico ou cultural. O vício não se resume aos jogos, como pensam muitas pessoas. Ele pode estar contido nos bates papos, na verificação inocente (porém constante) das redes sociais, ou nas conversas instantâneas. É um problema de saúde pública porém, ao contrário de outras dependências como o álcool e outras drogas, não há campanhas preventivas que alertem os usuários dos malefícios.
2.26.2011
A FOBIA SOCIAL
A timidez é uma característica que a grande maioria das pessoas apresenta em determinadas situações. É uma ansiedade que o individuo tem diante de contextos sociais como, por exemplo, falar em público ou entrar em um local cheio de pessoas, onde sentem que são observadas. Porém, este desconforto inicial é superado à medida que o indivíduo vai se familiarizando com o ambiente.
No entanto há pessoas que pelo simples fato de pensarem em tais situações se mostram apavoradas, buscando assim evita-las. Quando esta ansiedade é persistente e desproporcional à situação, estamos diante de um quadro de Fobia Social.
Este Transtorno é descrito como um medo irracional, intenso, que o indivíduo tem diante de uma ou várias situações sociais. Os seus pensamentos e a sua auto avaliação são negativos, e sua sensibilidade para a rejeição, ou a humilhação, mais aguçadas.
A Fobia Social apresenta-se em dois tipos básicos: a específica e a generalizada. A primeira diz respeito a apenas um tipo de situação social na qual a pessoa teme como, por exemplo, o medo de falar em público ou usar um banheiro público. Já a fobia generalizada caracteriza-se pelo temor a várias situações sociais.
Seja qual tipo for, a fobia social é um comportamento que prejudica as relações afetivas e profissionais do individuo, causando sofrimento uma vez que ele se vê impedido de realizar tarefas corriqueiras. O medo de falhar diante de uma apresentação de um seminário em classe, por exemplo, provoca uma ansiedade antecipatória intensa. Mesmo que estes indivíduos reconheçam o seu valor e a sua capacidade, alguns preferem não apresentar o trabalho, faltando inclusive da aula. Sentem que se falharem eles serão desprezados pelas pessoas.
O tratamento traz muitas mudanças positivas na vida do indivíduo. Compreende a psicoterapia e a medicação que alivia alguns sintomas tais como taquicardia, sudorese, falta de ar, tremor, etc.
Na maioria das vezes o fóbico social é visto pelas pessoas próximas a ele como alguém tímido ou como sendo o seu “jeito de ser”, o que dificulta a procura de um especialista, intensificando assim os sintomas.
No entanto há pessoas que pelo simples fato de pensarem em tais situações se mostram apavoradas, buscando assim evita-las. Quando esta ansiedade é persistente e desproporcional à situação, estamos diante de um quadro de Fobia Social.
Este Transtorno é descrito como um medo irracional, intenso, que o indivíduo tem diante de uma ou várias situações sociais. Os seus pensamentos e a sua auto avaliação são negativos, e sua sensibilidade para a rejeição, ou a humilhação, mais aguçadas.
A Fobia Social apresenta-se em dois tipos básicos: a específica e a generalizada. A primeira diz respeito a apenas um tipo de situação social na qual a pessoa teme como, por exemplo, o medo de falar em público ou usar um banheiro público. Já a fobia generalizada caracteriza-se pelo temor a várias situações sociais.
Seja qual tipo for, a fobia social é um comportamento que prejudica as relações afetivas e profissionais do individuo, causando sofrimento uma vez que ele se vê impedido de realizar tarefas corriqueiras. O medo de falhar diante de uma apresentação de um seminário em classe, por exemplo, provoca uma ansiedade antecipatória intensa. Mesmo que estes indivíduos reconheçam o seu valor e a sua capacidade, alguns preferem não apresentar o trabalho, faltando inclusive da aula. Sentem que se falharem eles serão desprezados pelas pessoas.
O tratamento traz muitas mudanças positivas na vida do indivíduo. Compreende a psicoterapia e a medicação que alivia alguns sintomas tais como taquicardia, sudorese, falta de ar, tremor, etc.
Na maioria das vezes o fóbico social é visto pelas pessoas próximas a ele como alguém tímido ou como sendo o seu “jeito de ser”, o que dificulta a procura de um especialista, intensificando assim os sintomas.
12.16.2010
O lado emocional da compra
Estamos no mês de dezembro e uma “euforia” toma conta da maioria das pessoas nesta época do ano levando-as a gastar, geralmente mais do que se ganha, com a justificativa de que é natal. Mesmo que o excesso de compras seja para camuflar a tristeza que muitos sentem neste período, o indivíduo cria a ilusão de que o comprar é a solução para o vazio interior.
Crédito fácil, 13°, tipo de personalidade, o grupo social que o indivíduo pertence, pais com sentimento de culpa por sua ausência o ano todo com os filhos, além de tantos estímulos através das propagandas e vitrines coloridas, que fica difícil conter o impulso de gastar.
Assim, somado aos desejos inconscientes de cada um, muitos indivíduos diante de uma compra são tomados pelo imediatismo utilizando-se de justificativas como “eu mereço” ou “é natal”. Tais argumentos, na maioria das vezes, causam consequências negativas após a ressaca das festas, uma vez que janeiro é mês de compromissos como IPVA, matrícula de escola, compra de material, etc.
Mas será que é preciso comprar tanto?
Não há mal algum em comprar, porém é preciso cuidado para discernir o que é uma fuga para reduzir uma tensão o mais rápido possível, ou se realmente é preciso adquirir determinado produto. Quando alguém, por exemplo, compra continuamente, sem uma avaliação realística, torna-se patológico, ou seja, um compulsivo. A compulsão por compras é um Transtorno psiquiátrico e caracteriza-se por atos repetitivos e um desejo incontrolável de comprar.
Emoção e razão estão presentes em todas nossas decisões, porém deve haver um equilíbrio entre elas. Na hora de comprar, o planejamento é importante, examinando todas as alternativas, favoráveis ou não, descobrindo o que é melhor para si.
A necessidade de gastar em demasia, com a desculpa que é natal, pode representar uma necessidade de superar um sentimento de frustração e que na maioria das vezes é a incapacidade do individuo de conhecer a si próprio e dar significado às suas emoções.
Diante da dificuldade de lidar com uma época que gera angústia e fragilidade, o ato de comprar é uma válvula de escape para lidar com tais aspectos.
Sendo o consumo mais emocional que racional, é importante uma avaliação da real necessidade daquilo que se quer comprar, já que não é a aquisição de um novo objeto que anula a depressão ou a angústia, comuns nesta época do ano.
Crédito fácil, 13°, tipo de personalidade, o grupo social que o indivíduo pertence, pais com sentimento de culpa por sua ausência o ano todo com os filhos, além de tantos estímulos através das propagandas e vitrines coloridas, que fica difícil conter o impulso de gastar.
Assim, somado aos desejos inconscientes de cada um, muitos indivíduos diante de uma compra são tomados pelo imediatismo utilizando-se de justificativas como “eu mereço” ou “é natal”. Tais argumentos, na maioria das vezes, causam consequências negativas após a ressaca das festas, uma vez que janeiro é mês de compromissos como IPVA, matrícula de escola, compra de material, etc.
Mas será que é preciso comprar tanto?
Não há mal algum em comprar, porém é preciso cuidado para discernir o que é uma fuga para reduzir uma tensão o mais rápido possível, ou se realmente é preciso adquirir determinado produto. Quando alguém, por exemplo, compra continuamente, sem uma avaliação realística, torna-se patológico, ou seja, um compulsivo. A compulsão por compras é um Transtorno psiquiátrico e caracteriza-se por atos repetitivos e um desejo incontrolável de comprar.
Emoção e razão estão presentes em todas nossas decisões, porém deve haver um equilíbrio entre elas. Na hora de comprar, o planejamento é importante, examinando todas as alternativas, favoráveis ou não, descobrindo o que é melhor para si.
A necessidade de gastar em demasia, com a desculpa que é natal, pode representar uma necessidade de superar um sentimento de frustração e que na maioria das vezes é a incapacidade do individuo de conhecer a si próprio e dar significado às suas emoções.
Diante da dificuldade de lidar com uma época que gera angústia e fragilidade, o ato de comprar é uma válvula de escape para lidar com tais aspectos.
Sendo o consumo mais emocional que racional, é importante uma avaliação da real necessidade daquilo que se quer comprar, já que não é a aquisição de um novo objeto que anula a depressão ou a angústia, comuns nesta época do ano.
12.08.2010
A gravidez na adolescência

Caracterizar a adolescência ultrapassa o critério cronológico e biológico. Estes são apenas uma referência concreta.
O adolescente passa por instabilidades extremas em nossa sociedade. É um período de contradições e transformações emocionais. Mostra-se ora audacioso, ora tímido, alternando entre a urgência e a apatia, flutuando entre uma dependência e independência extremas. Tudo isso surge como uma defesa decorrente das modificações corporais incontroláveis, que ele sente como uma invasão e se vê obrigado a buscar novas formas de convivência.
Neste período de mudanças físicas, sociais e psicológicas a maioria dos adolescentes inicia sua vida sexual. E mesmo havendo muita informação disponível sobre prevenção, os índices de gravidez, nesta faixa etária, continuam aumentando.
O que leva muitos adolescentes, mesmo informados, a praticar sexo sem segurança?
A resposta não está unicamente nos apelos hormonais. A primeira relação é carregada de romantismo e ambos ficam constrangidos de usar camisinha. O menino pode achar que a garota vai considerá-lo promíscuo. Não usar camisinha seria, para eles, uma prova de fidelidade.
Na cabeça da jovem apaixonada e sonhadora, ela considera que engravidar é o jeito de ter “para sempre o seu príncipe encantado” e também ter seu próprio “castelo” para morar com ele. Isto se aplica a qualquer classe social. Mesmo em classes econômicas mais baixas. Ela prefere sair da casa onde mora com os pais e muitos irmãos, para ter seu próprio espaço. Não importando se a situação financeira será pior. Há também quem considere que engravidar é uma maneira de sentir-se reconhecida como adulta.
De qualquer forma, seja qual for o motivo, a responsabilidade da gravidez não deve recair apenas sobre a menina. É responsabilidade do menino também. E, claro, da sociedade.
Hoje há um apelo erótico pelos meios de comunicação: nas revistas, novelas, filmes e propagandas. No entanto, há também a dificuldade de muitos pais em conversarem sobre sexo com seus filhos, até por que a maioria deles, quando eram adolescentes, não recebeu orientação na escola ou em casa. Assim, alguns pais consideram que falar de sexo com os filhos irá incentivá-los a transar mais cedo, outros consideram educação sexual apenas dar a camisinha.
E mesmo com tanto apelo sexual a nossa volta, as meninas ainda tem dificuldade em assumir abertamente o início das suas relações sexuais o que dificulta o uso de métodos preventivos.
Seja como for, a atitude de apoio ou omissão dos pais não impede que haja relações sexuais entre os jovens. Quanto menos orientação os jovens tiverem, maior a possibilidade de aumentar o número de adolescentes grávidas.
A atenção dos pais faz toda a diferença.
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